SEMICONDUTORES: O OURO DO SÉCULO XXI


            Um dos aspectos mais relevantes da sociedade mundial desse início do século XXI é a profunda integração dos equipamentos eletrônicos à vida cotidiana das pessoas. Talvez, você, caro leitor, até não tenha percebido, mas está completamente cercado de equipamentos eletrônicos, os quais possuem uma maior ou menor capacidade e necessidade de processamento de dados: desde o celular (que teima em não sair de nossas mãos), passando por computadores, TVs, carros, inclusive, itens que nem imaginamos, como: geladeiras, máquinas de lavar ou a sua torradeira, sem contar, é claro, os data centers de empresas comerciais, bancos, do governo e equipamentos militares.

            Todos esses equipamentos eletrônicos têm algo em comum: a necessidade de semicondutores para funcionar, desde àqueles mais simples e que não exigem alto processamento de dados, como aquela calculadora pequena, comprada na loja de 10 reais, ou àqueles que exigem processamento avançando ou extremo, como celulares de ponta, computadores, data centers e equipamentos militares e, especialmente, nestes últimos que devemos prestar atenção.

             São os processadores de ponta que possibilitam o avanço tecnológico, produtivo e informacional em nossa sociedade. Sua importância econômica e geopolítica não pode ser subestimada: representam o primeiro item mais importado pela China (seguido por petróleo e alimentos) e o segundo produto mais exportado pelos EUA (precedido pelo petróleo). Projetá-los e produzi-los é tão pouco uma tarefa fácil, sendo atividades extremamente especializadas.

            Por essa razão, o mercado fornecedor é também extremamente concentrado: são poucas as empresas capazes de projetar esses processadores, a maioria americana (Apple, AMD, Nvidia e Intel) e o número de empresas capazes de fabricá-los é ainda menor: apenas 2, a twainesa TSMC e a sul-coreana Samsung, as quais possuem respectivamente cerca de 85% e 15% da produção mundial de semicondutores de alto desempenho.

            Por essas razões, o domínio da tecnologia e da produção de semicondutores é tratada como um assunto de segurança nacional por muitos países, como: EUA, China e países Europeus. Se, no passado, as disputas e guerras foram travadas por recursos considerados essenciais pelas superpotências, como ouro e petróleo, não é de se espantar que as disputas e guerras do séc. XXI não serão travadas pelo controle dos semicondutores que representam o “ouro” deste século.   

Prof. Esp. Bel. Administração Luigi Antonio Farias Lazzaretti

Faculdades Integradas Machado de Assis/FEMA