Proteção que Abraça: O Valor da Imunização na Infância
O som do choro breve de um bebê, seguido de um abraço carinhoso dos pais após uma picadinha rápida, é um dos sons mais poderosos na saúde pública. Ele representa não apenas um momento de cuidado, mas o início de uma vida protegida, um futuro livre de doenças que antes causavam medo e dor. Ao longo das décadas, a vacinação tem demonstrado ser a estratégia mais eficaz para a promoção da saúde e prevenção de doenças infectocontagiosas graves, protegendo não apenas as crianças, mas também contribuindo para a construção de uma barreira de proteção coletiva. Nesse sentido, a imunização infantil é um pilar fundamental para a saúde pública, visto que, doenças que antes causavam grande mortalidade e sequelas, foram drasticamente reduzidas ou até erradicadas graças aos programas de vacinação. Além da proteção individual, a vacinação infantil desempenha um papel crucial na interrupção da transmissão de doenças em toda a comunidade, um conceito conhecido como imunidade de rebanho. Quando uma parcela significativa da população está imunizada, a circulação do agente infeccioso é dificultada, protegendo indiretamente aqueles que não podem ser vacinados, como indivíduos com o sistema imunológico comprometido. Essa solidariedade epidemiológica é essencial para a manutenção da saúde coletiva e para evitar surtos e epidemias. No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) é um exemplo de sucesso global, oferecendo um calendário vacinal abrangente e gratuito, contemplando não só crianças, mas toda a população. A adesão a esse calendário é essencial para assegurar que as crianças desenvolvam uma proteção duradoura desde os primeiros meses de vida, evitando complicações graves que podem surgir de enfermidades como a meningite, o tétano ou a coqueluche. Além disso, pode-se destacar, que devido ao calendário, o Brasil sai do ranking dos 20 países com mais crianças não imunizadas no mundo, segundo a OMS. A confiança na ciência e nas instituições de saúde é fundamental para que as famílias compreendam a relevância de cada dose e o impacto positivo que a vacinação tem na vida de seus filhos. Contudo, a disseminação de informações falsas e a hesitação vacinal, são desafios que ainda comprometem as altas coberturas vacinais alcançadas. Portanto, é necessário que os profissionais de saúde e educadores, em conjunto com a sociedade, atuem na desmistificação de conhecimentos incorretos sobre as vacinas. A imunização infantil não é apenas uma questão de saúde individual, mas um compromisso ético e social com o bem-estar coletivo e o futuro das novas gerações. Ao garantir a proteção de cada criança, fortalecemos a saúde de toda a comunidade e construímos um futuro mais resiliente e livre de doenças preveníveis.
Édina Tauana Puhl e Laura Betina Utzig - Discentes do Curso de Enfermagem
Dra Bruna Knob Pinto - Docente do Curso de Enfermagem Faculdades Integradas Machado de Assis/FEMA