A CURRICULARIZAÇÃO DA EXTENSÃO: UMA PROPOSTA PARA ALÉM DO CUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO

O Ensino Superior vive, desde muito tempo, o desafio de aliar teoria e prática para fazer da docência um campo profissional mais qualificado. Para tal, necessita aceitar os enfrentamentos das incertezas, das mudanças de valores, da incorporação da dúvida que supera a resposta única. A Educação Superior precisa transpor a individualidade e acreditar no sujeito professor como membro de um grupo, envolvido no processo da docência e na capacitação a partir da formação continuada, que, a partir disso, pode desenvolver atividades com o intuito de “ser” presença na sociedade/comunidade. Para além do cumprimento da legislação, é preciso compreender a importante relação entre ensino, pesquisa e extensão. Não se pode mais conceber um ensino desgarrado de práticas extensionistas.
              A extensão deve ser incluída como parte indissociável do ensino e da pesquisa nas práticas pedagógicas de todos os currículos, não pode ser entendida como um apêndice, de forma isolada, entre as funções do Ensino Superior. Conforme Antunes e Padilha (2010), a educação precisa ser integral e não fragmentada. O princípio da integralidade é fundamental na extensão acadêmica.  O currículo não é a soma de um conjunto de disciplinas.  Ele traduz um projeto político pedagógico integrado. Um dos principais desafios da curricularização da extensão está na superação de uma prática segmentada de pequenos projetos por uma prática integral e integradora.

Curricularizar a extensão na academia implica aproximar a o contexto acadêmico de grandes desafios da sociedade, do desenvolvimento nacional, dos movimentos sociais, das esferas públicas. Isso, é o resultado de um caminho percorrido, que implica escuta, reflexão, elaboração teórica e práxis. Uma política de extensão é um grande desafio para o Ensino Superior. Trocar ideias com experiência já realizadas ou refletir criticamente sobre elas, torna-se necessário para que se consiga pensar além de conhecimentos fechados, desconexos e sem pluralidade.

Nesse sentido, a FEMA procura desenvolver um trabalho diferenciado, pautado nas interações entre professores, acadêmicos e comunidade. Procura, a partir do diálogo de diferentes componentes curriculares e de diferentes áreas, propor atividades que possam ser agentes de transformação social, para além da conceituação abstrata. A partir disso, possibilita, aos sujeitos participantes do processo de ensino e aprendizagem, muitas formas de significar o conhecimento. Venha conhecer o trabalho realizado aqui!

Mariel S. Haubert

Coordenadora do Núcleo de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão/NPPGE

Faculdades Integradas Machado de Assis/FEMA