A VERDADE, A DESINFORMAÇÃO E A CIÊNCIA

A desinformação pode trazer muitas consequências para o público como, por exemplo, acreditar nas falsas notícias sobre as vacinas contra a COVID-19, alegando falsos efeitos colaterais e/ou causando medo na população. Essa falta de conhecimento pode colocar a vida das pessoas em risco. Hoje, muitas revistas são publicadas de imediato, o que gera uma facilidade para espalhar informações não precisas, caso seu conteúdo não seja rigorosamente analisado ou quando a autoria e referências não estão sendo observadas com cautela. Tendo em vista a desinformação, é interessante abordar a verdade como integrante para a análise de conteúdos e assunto publicados nos mais diversos espaços midiáticos e de outros formatos. A verdade constitui uma referência, um princípio, um parâmetro para o pensamento e as ações, nos debates e nas deliberações e nas decisões humanas. Existem possíveis posturas humanas em relação com algumas verdades, sendo elas: a ignorância, por exemplo. O estado de ignorância mantem-se enquanto o indivíduo julga que suas crenças e opiniões são suficientes, adequadas e não desejar saber para além do que já ouviu ou leu. Por outro lado, querer saber, desejar e buscar o conhecimento é o que caracteriza a atitude filosófica e científica. O esforço em busca do conhecimento científico, de forma constante e arguta, requer o assumir de uma postura de ignorância, ou seja, dar-se conta de que há um vasto campo de conhecimentos que não se conhece. A dúvida e a vontade de querer conhecer, portanto, formam posturas humanas com vistas à superação do estado de ignorância (do não saber). A legitimidade do conhecimento científico encontra-se fundamentado em um percurso metodológico ético-científico, um referencial teórico, uma temática claramente delimitada, uma linguagem científica, no princípio da revisibilidade e da discutibilidade. O conhecimento científico diferencia-se da mera opinião e de dogmas. Portanto, a desinformação pauta-se pela divulgação de opiniões sem lastro teórico-metodológico, ao passo que a ciência está em constante busca de conhecimentos para contribuir para com os avanços civilizatórios, da formação cidadã e a defesa de todas as formas de vida.


Andressa Perotti de Wallau; Fernanda Gabrielle Oldenburg; Francieli Eduarda Simionato - Acadêmicas do Curso de Direito

Dr. Mário José Puhl - Docente do Curso de Direito Faculdades Integradas Machado de Assis/FEMA